
Muitas vezes as pessoas acham que sabem o que causa a depressão crônica. Pesquisas indicam que mais de 80% das pessoas culpam um “desequilíbrio químico” no cérebro. A ideia é difundida na psicologia pop e citada em artigos de pesquisadores e manuais de medicina. Listening to Prozac, livro que descreve quanto foi transformador tratar a depressão com medicamentos que visam corrigir esse desequilíbrio, passou meses na lista dos mais vendidos do New York Times.
A substância química em desequilíbrio no cérebro é a serotonina, um importante neurotransmissor com os lendários efeitos de “bem-estar”. A serotonina ajuda a regular os sistemas cerebrais que controlam tudo, desde a temperatura corporal e o sono até a fome e o desejo sexual. Por décadas, também foi apontada como o remédio infalível para combater a depressão. Medicamentos vastamente prescritos como o Prozac (fluoxetina) são feitos para tratar a depressão crônica aumentando os níveis de serotonina.
No entanto, as causas da depressão vão muito além da deficiência de serotonina. Estudos clínicos concluíram repetidas vezes que o papel da serotonina na depressão tem sido exagerado. De fato, toda a premissa da teoria do desequilíbrio químico pode estar errada, apesar do alívio que o Prozac parece trazer a muitos pacientes.
Fonte – Estadão
Foto – Ilustrativa