
Médicos no Japão relataram recentemente o caso de uma mulher de 60 anos deu entrada em um hospital com um quadro de língua pilosa negra (BHT, na sigla em inglês). Segundo o artigo, publicado no periódico científico BMJ Case Reports, a paciente, que estava também com hepatite B, apresentava "hiperpigmentação cinzenta difusa em sua face, que não havia sido observada anteriormente". "O exame de sua cavidade oral, uma mancha preto-acastanhada com proeminentes papilas linguais filiformes semelhantes a pelos cobria o dorso da língua, que era dolorosa", complementaram os médicos. A paciente havia sido submetida a um tratamento quimioterápico de 14 meses devido a um câncer retal com metástases no fígado. Ao diagnosticarem a língua pilosa negra, uma condição benigna e reversível, os médicos ressaltaram que ela pode ocorrer como efeito colateral de vários medicamentos. Os especialistas levantam uma dúvida de qual dos dois medicamentos – panitumumabe ou minociclina – teria desencadeado a reação, mas mantêm uma hipótese mais forte. "Suspeitamos fortemente que o agente causador do BHT era a minociclina devido à presença de pigmentação cinza difusa em seu rosto, que é característica do dano cutâneo induzido pela minociclina. A minociclina fica preta quando oxidada e pode causar descoloração da pele. A pigmentação da pele induzida pela minociclina é um efeito colateral dose-dependente bem documentado, com incidência variando de 3% a 15%", escreveram. A mulher foi orientada a deixar de tomar o antibiótico. Passadas seis semanas, a pigmentação do rosto e de língua "melhoraram acentuadamente".
TEXTO – Portal R7
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