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Reunião em Encantado discute pedágios do Bloco 2 e critica modelo de concessão do Governo Gaúcho

Sexta, 12 de Setembro de 2025
Encontro promovido pela bancada do PT na Assembleia Legislativa reuniu a comunidade na Câmara de Vereadores nesta quinta-feira (11) e defendeu a suspensão das concessões em andamento.


Uma reunião pública promovida pela bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) da Assembleia Legislativa debateu, na noite desta quinta-feira (11), na Câmara de Vereadores de Encantado, o modelo de concessão de pedágios proposto pelo governo do Estado para o Bloco 2 do Programa de Concessões Rodoviárias.

O encontro foi conduzido pelo líder da bancada PT/PCdoB, deputado Miguel Rossetto (PT), e reuniu lideranças políticas e comunidade regional.

Os parlamentares defendem urgência na aprovação do Projeto de Lei 87/2025, de autoria da bancada, como forma de suspender as concessões em andamento e restabelecer o papel deliberativo do Legislativo.

Rossetto classificou o modelo como oneroso e prejudicial à economia regional. “A proposta do Eduardo Leite para esse chamado Bloco 2 de pedagiamento [...] é um projeto muito caro, na nossa opinião, que não se justifica. Hoje, um caminhão que sai de Passo Fundo e vem para Lajeado paga R$ 30, R$ 31. Vai passar a pagar mais de R$ 200. Pedágios caros entre os municípios são verdadeiros muros que desintegram a região”, afirmou o deputado.

O parlamentar também criticou a ausência de debate amplo no Legislativo. “A Assembleia deu um grande cheque em branco para todas as concessões privadas, sem uma análise criteriosa. É um contrato de 30 anos que estamos fazendo, portanto, precisa de muita cautela. O que nós estamos propondo é um outro modelo, com uso de recursos já disponíveis para realizar bons investimentos no Vale do Taquari e até Passo Fundo”, destacou.

Rossetto ainda lembrou que o Tribunal de Contas do Estado deve se manifestar sobre o projeto até outubro. “Todos os partidos que se manifestam contra esse projeto têm uma oportunidade concreta de suspender o leilão e retomar o diálogo com prefeituras, vereadores e comunidades, pensando em um outro modelo”, reforçou.

Representando a Associação Comercial e Industrial de Encantado (ACI-E), o diretor de Infraestrutura e Logística, Luciano Moresco, citou o impacto desigual da cobrança na região.

“De 100% dos moradores que têm veículos que rodam nessas rodovias pedagiadas, menos de 20% paga pedágio”, pontuou.

Os vereadores de Encantado também participaram da discussão. Diego Pretto (PP) criticou o custo previsto das tarifas.

“Esse R$ 1,5 bilhão é crucial porque amacia o projeto. O país inteiro tem concessões a 10 ou 11 centavos o quilômetro, com investimentos maiores, e nós vamos pagar 22 centavos de média quando o projeto estiver completo”, disse.

Já o vereador Daniel Passaia (União Brasil) defendeu as concessões, mas ponderou sobre a tarifa. “Eu sou a favor das privatizações, das concessões, porque funcionam melhor, desde que tenha a modicidade, ou seja, o preço justo para quem vai usar. É muito melhor pagarmos pelo que usamos do que pagarmos pelos impostos sem usar”, avaliou.

Por fim, o presidente da Câmara de Encantado, Cris Costa (PSDB), destacou pressões políticas em razão de sua posição contrária ao projeto.

“Desde que eu comecei a briga contra o pedágio aqui, eu não sou mais bem recebido pelo governo do Estado. Eu deixei claro que não é o governador que me elege, e sim a população que eu represento”, afirmou.

Texto e foto - César Augusto Husak

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