A partir de um convite formulado pelo Chefe da Casa Civil, doze prefeitos do G18 estiveram na tarde de ontem (20) de uma reunião com Artur Lemos, que chefia a pasta na capital gaúcha.
Os prefeitos da região alta do Vale do Taquari se fizeram presentes para apresentar ao governo do estado se posicionamento, enquanto região, em relação a ERS-332, sobre o modelo de concessão das rodovias na região e ainda, esclarecer sobre a saída em bloco, do grupo da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat), que foi anunciada na última semana. Além do Chefe da Casa Civil, Artur Lemos, o secretário extraordinário de Parcerias, Leonardo Busatto, também esteve presente.
No encontro, os administradores afirmaram ser inaceitável o modelo proposto e pediram a inclusão da rodovia 332 nas concessões, argumentando que a Via Láctea em Teutônia, que não é pedagiada, foi incluída como beneficiada no novo plano, bem como a mudança na posição da praça de pedágio de Encantado para Lajeado, visto que no local o tráfego de veículos é muito superior ao da Praça de Palmes em Encantado, lembrando que a região baixa vai receber no plano, a maioria das obras, enquanto que os pagamentos acabam acontecendo nas praças de Encantado, Boa Vista do Sul e Cruzeiro do Sul, que quase nenhum investimento recebem.
Apesar dos esforços dos prefeitos presentes ao encontro, as lideranças estaduais presentes foram claras ao informar que os pedidos não seriam atendidos. Artur Lemos solicitou que os prefeitos dessem apoio ao plano de concessão apresentado, destacando que o edital precisa ter sequência para “viabilizar o atendimento das solicitações futuramente”.
Conforme o prefeito de Anta Gorda Xico Frigheto, que preside o G18, apesar das negativas, o encontro foi “altamente positivo” porque o G18 foi reconhecido como entidade representativa da região, o que demonstra a valorização dos municípios da região alta do Vale do Taquari.
Na oportunidade do Encontro o grupo de prefeitos fez a entrega de um ofício, onde oficializou as demandas da região, destacando que a região tem mais de 100 mil habitantes e que gera um Produto Interno Bruto estimado em R$ 3 bilhões, argumentando quanto a necessidade de que os investimentos contemplem toda a região e que haja justiça tarifária no modelo proposto.
Para o G18 a mudança do local da Praça de Palmas, a partir de um estudo feito por profissionais que fizeram um levantamento na região, terminaria com uma injustiça histórica em relação ao município de Encantado. São 23 anos de pedágio, pagando uma tarifa considerada alta, se compara às demais tarifas cobradas no estado, tanto em rodovias estaduais como federais, sem que haja investimentos de monta na região.
No documento apresentado a entidade destacou as principais demandas da região alta, entre as reivindicações estão um prazo para a implementação do free flow, que ainda depende de lei para ser implantado, a inclusão investimentos na RS 332, de Encantado a Arvorezinha, a viabilização de um anel viário na ERS 129 no lado de Encantado, com sua continuação do outro lado do Rio Taquari, a partir de Roca Sales, e ainda a garantia de duplicação do trecho Lajeado/Encantado, com conclusão em dois anos a contar do início da concessão para o Bloco 2, bem como, na sequência, a duplicação do trecho Encantado/Muçum.
A entidade ainda solicitou a fixação de critérios claros quanto aos investimentos na região, que os valores recebidos, sejam aplicados nas praças pedagiadas, com a criação de conselhos que fiscalizem o cumprimento do contrato e o desempenho da empresa concessionária.
A suspensão do processo de edital proposto pelos prefeitos presentes, com o reestudo das condições da concessão, dificilmente será aceito pelo estado conforme os representantes do governo presentes à reunião, que ainda reclamaram da forma como o governador Ranolfo Vieira Júnior foi tratado por ocasião do protesto do sábado (11), na Praça de Pedágio de Palmas, quando o mandatário foi tratado como um fantoche pelos manifestantes.
TEXTO - José Raimundo Tramontini
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