Dália terá cinco variedades de queijos após inaugurar fábrica em Arroio do Meio

A Cooperativa Dália Alimentos ampliará o seu portfólio de produtos e iniciará, na segunda quinzena do mês de junho, a produção de queijos na unidade fabril localizada no Bairro Aimoré, em Arroio do Meio. Serão produzidos cinco tipos de queijos: provolone, prato, colonial, coalho e muçarela, sendo este último o que representará maior volume de produção, já que corresponde a 70% do consumo de queijos no mercado brasileiro. A inauguração da fábrica será no dia 8 de junho, às 14h. A operação automatizada e semiautomatizada, instalada desde março do ano passado, equivale a R$ 14 milhões de investimento.
Ao todo, serão 22 embalagens para diversos tamanhos e formatos dos queijos, muçarela, prato, provolone, coalho e colonial, variando entre peças de 4 kg e fatiados de 150 gramas. Além disso, deve ser comercializado para outras fábricas subprodutos, como soro concentrado, creme de soro e retalhos que sobram da central de fatiados.
O volume estimado para produção é de até 12 toneladas de queijo/dia e, eventualmente, a empresa poderá fazer pequenos investimentos para ampliar essa produção, mas é necessário viabilizar uma larga rentabilidade primeiro. “Temos projeção para futuras adaptações de mais máquinas no setor de fatiamento. A área pode ser adaptada com a instalação de mais duas máquinas para o setor de fatiamento e, com isso, aumentando a capacidade para até 18 toneladas/dia”, afirma o gerente da Divisão Produtos Láteos (DPL), Antônio Maria Salazar Leivas.
A produção de queijos representará um mix mais amplo de produtos que a Dália comercializa no mercado “Será um produto excelente, ainda mais com o selo de confiança que a cooperativa possui. Com essas características, mesmo com os desafios ao entrar nesse mercado, nossas perspectivas de vendas são as melhores”, diz Salazar.
O presidente Executivo, Carlos Alberto Figueiredo Freitas, ressalta que a queijaria é importante para a Dália, pois a cadeia de produtos lácteos comporta-se de forma diferente das demais ao longo do ano: há momentos em que o leite UHT é mais rentável, outros que não, quando então, a produção é transferida para o leite em pó ou queijo. “Assim, com a queijaria, teremos três grupos de produtos com rentabilidade em períodos diferentes, o que nos possibilita diferentes opções para a transformação da matéria-prima”, explica. Para ele, outro fator que caracteriza a importância da queijaria, é o atendimento à força de vendas, cuja clientela tem interesse em expandir a aquisição de produtos fatiados. “Acredito que em pouco tempo teremos disponível um bom volume de produção, tanto de queijo fatiado quanto inteiro”, projeta.
Queijos na década de 1970
Embora a inauguração da fábrica, o segmento não é uma novidade para a cooperativa que, na década de 1970, a empresa fabricou queijo em uma pequena indústria localizada em Charqueada no distrito de Putinga, com foco no consumo local e regional. Depois, na década de 1990, passaram a ser produzidas diversas opções de queijo na Unidade Aimoré, com comercialização estadual.
A indústria localizada em Aimoré foi adquirida pela Dália Alimentos em 1965 e acompanhou a tendência de motivar os associados para a criação de gado leiteiro. Nessa década, a Dália ampliou o setor de atuação para produção de laticínios, onde o rendimento econômico era superior ao da suinocultura.
A empresa foi considerada uma das primeiras cooperativas do Rio Grande do Sul a industrializar o leite UHT. Com o avanço da demanda, em 1996 a empresa adquiriu a primeira máquina da Tetra Pak, com capacidade para envase de seis mil litros/hora. Em seguida, foi executado investimento em mais três máquinas, ampliando a produção para 24 mil litros de leite/hora, equivalente a 440 mil litros de leite por dia.
A produção da indústria no bairro Aimoré cessou suas atividades de envase de leite em outubro de 2020, mas permaneceu com a produção de nata, quando toda a produção passou para o Complexo Lácteo, localizado em Palmas, em Arroio do Meio, construído em 2012.
Hoje, o complexo produz toda a linha de laticínios da Dália: leite em pó integral, leite UHT Integral, desnatado, semidesnatado e zero lactose e creme de leite; e, na linha Sabor da Fazenda: zero lactose, integral e creme de leite. “Na indústria no Aimoré se produzia leite UHT, nata e até queijos”, recorda o gerente.
A única atividade mantida e que continua em funcionamento no Aimoré, é a produção de nata, sendo a capacidade máxima de produção de 16 toneladas.
Processo
De acordo com o Supervisor de Produção da unidade do Bairro Aimoré, Diego Pereira Cardozo, a fabricação do queijo inicia desde o momento que o leite chega na unidade, onde ele é armazenado em silos com a capacidade de até 125 mil litros. Em seguida é resfriado, pasteurizado e encaminhado aos tanques de fabricação (da marca Queijomatic). Após ocorrer a coagulação do leite, a massa láctea obtida passa por diferentes processos desde a separação do soro, acidificação, filado, prensado, salga, fatiamento e, por fim, é destinado ao setor da embalagem. Para cada variedade de queijo existem fluxos e processos distintos. A embalagem ocorre em duas máquinas e, dependendo do tipo do produto, utiliza-se a máquina a vácuo ou a termoformadora.
Embutidos/cárneos
Além de queijos, o conjunto no setor de fatiamento e termoformadora também podem ser utilizados para embalagem de embutidos cárneos. “Há câmaras frias específicas somente para cárneos e outras câmaras frias somente para os queijos. Nos dias de embalar os embutidos, o fluxo passa a ser só de cárneos e na parte da queijaria, o setor é isolado no dia, podendo retornar ao fatiamento de queijos após higienização e limpeza de todos os equipamentos”, finaliza Cardozo.