Vereadores de Roca Sales cobram explicações sobre compra de servidor e prefeito anuncia perícia em equipamento

Durante a sessão ordinária da Câmara de Roca Sales, realizada na segunda-feira (28), os vereadores Luan Ludwig (MDB) e Cristiano Schafer (Podemos) utilizaram a tribuna para pedir esclarecimentos ao Executivo Municipal sobre uma denúncia feita por um colunista de um periódico da região. O caso trata de um possível superfaturamento na aquisição de um servidor, que é um sistema de computador, no valor de R$ 55 mil, pela Prefeitura, para ser utilizado na área da saúde.
O prefeito de Roca Sales, Jones Wünsche, o Mazinho (Progressistas), também esteve presente na sessão e respondeu às críticas, defendendo a compra e informando que solicitou perícia técnica no equipamento. A sessão ocorreu no plenário da Casa e foi presidida pelo vereador Paulo Germano Koste (PSDB).
Na coluna, o articulista divulgou informações de uma denúncia feita ao Ministério Público da Comarca de Encantado. Segundo a publicação, a prefeitura teria adquirido, por meio do contrato de número 27 de 2025, um servidor HP DL 160 Gen9, modelo de 2015, considerado obsoleto. A denúncia aponta que o equipamento poderia ser encontrado por valores muito inferiores, sugerindo superfaturamento. O colunista afirmou que servidores semelhantes podem variar entre R$ 2,8 mil e R$ 5 mil, conforme a denúncia, ou entre R$ 12 mil e R$ 20 mil, segundo pesquisa citada na própria redação.
O vereador Luan Ludwig afirmou que recebeu inúmeras mensagens da comunidade cobrando explicações e defendeu a abertura de uma apuração. Ele também informou que formalizará um requerimento ao Executivo para que detalhes sobre a aquisição sejam apresentados.
“O que me traz aqui hoje é uma situação que vem enchendo a nossa caixa de mensagens. A gente pede ao Executivo essas explicações porque, se confirmando, trata-se de um caso de improbidade administrativa. Então, temos que ter muito cuidado com o dinheiro público”, destacou Ludwig.
Também usando a tribuna, Cristiano Schafer afirmou que foi cobrado pela população e cobrou esclarecimentos do Executivo, ressaltando que, como vereador, continuará fiscalizando, mesmo sendo integrante da base de apoio do governo.
“Sou cobrado, fui cobrado, e me coloco à disposição pedindo explicações bem amplas e contundentes. Talvez alguns achem que ficou ruim eu falar e cobrar, mas é o meu papel de vereador. Eu exijo uma explicação, porque preciso manter minha dignidade e meu caráter”, declarou Schafer.
Em resposta, o prefeito Mazinho ocupou a tribuna para defender o processo de compra, destacando que o equipamento é essencial para o funcionamento da Secretaria da Saúde, especialmente na integração de dados do SUS. Ele explicou que a aquisição foi feita a partir de três orçamentos e que a prefeitura optou pelo menor preço. Apesar disso, afirmou que determinou uma perícia independente para avaliar o contrato, o valor pago e as características técnicas do servidor.
“Sim, é o papel de vocês fiscalizar os atos do Executivo. Esse servidor tem grande capacidade de armazenamento de dados e não pode ser comparado a um computador comum. Foi adquirido após estudo técnico preliminar e três orçamentos, pelo menor preço apresentado. Mesmo assim, solicitei perícia do equipamento para confirmar se tudo condiz com o contrato. Se houver irregularidades, vamos devolver o equipamento e buscar judicialmente a devolução do investimento. Empresas e envolvidos serão responsabilizados”, disse Mazinho.
O prefeito afirmou ainda que não houve, até o momento, notificação oficial do Ministério Público e criticou o vazamento de informações antes da ciência do Executivo. Segundo ele, o equipamento e o processo de compra estão à disposição para verificação por qualquer vereador ou cidadão.
O caso será acompanhado pela perícia determinada pela Prefeitura e pelo requerimento que será apresentado pela Câmara.
Projeto do Legislativo aprovado
Além do debate sobre a compra do servidor, a sessão ordinária contou com a aprovação de um projeto do Legislativo e a leitura de expediente encaminhado pelo Executivo. Foi aprovado por unanimidade o Projeto de Lei número 1 de 2025, de autoria da Mesa Diretora, que homologa crédito adicional extraordinário aberto e incorporado ao orçamento deste ano pelo Decreto 3057 também de 2025. O valor homologado é de R$ 102,1 mil. O presidente Paulo Koste destacou que a medida atende à Constituição Estadual, que exige homologação em até 30 dias.
No expediente do Executivo, o presidente informou o recebimento do Projeto de Lei 53 de 2025, encaminhado pelo prefeito. Após análise preliminar com a assessoria, o documento foi enviado para a Comissão de Constituição e Justiça. Não houve protocolos externos.
A próxima sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Roca Sales será realizada na segunda-feira (4).
Texto e foto - César Augusto Husak