A Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) foi vendida por R$ 4,15 bilhões em leilão realizado na manhã desta terça-feira (20) na B3, em São Paulo.

Em lance único, a AEGEA Saneamento arrematou a estatal com ágio de 1,15% e agora terá a responsabilidade de atender cerca de 6 milhões de pessoas que recebiam os serviços da companhia gaúcha.

A privatização da estatal foi marcada por uma batalha judicial, cujo último capítulo ocorreu na noite desta segunda-feira (19), quando a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) conseguiu derrubar a liminar que suspendia a venda da empresa. Na ocasião, o pedido da PGE foi feito no Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Apesar de ter prometido na campanha de 2018 que não venderia a Corsan, o então governador Eduardo Leite (PSDB) mudou de posição e, em março de 2021, anunciou a desestatização da empresa.

A decisão teve como base aprovação pelo Congresso Nacional e a sanção presidencial do Novo Marco Legal do Saneamento Básico. A legislação estabeleceu, entre outras coisas, metas de universalização dos serviços até 2030, além de aumentar espaço para a participação da iniciativa privada.

O presidente da Corsan, Roberto Barbuti, afirmou em novembro que a privatização poderá reduzir o valor da tarifa aos usuários diante da melhoria da prestação do serviço. “Trará impactos altamente positivos, inclusive em termos socioambientais. Isso vai mudar o patamar da prestação do serviço de saneamento, permitindo avanços na lucratividade e na contenção de perdas”.

Texto - César Augusto Husak
Foto - Ricardo Silva/Tua Rádio