Scalabrini aborda temas atuais e provoca reflexões na XI Mociar em Encantado

Com o tema “O que nós estamos plantando?”, o Instituto Estadual de Educação Monsenhor Scalabrini, de Encantado, realiza nesta quarta (9) e quinta-feira (10) a XI Mostra de Ciências e Arte (Mociar).
O evento ocorre no ginásio da escola e reúne dezenas de projetos de estudantes do ensino fundamental e médio, com foco em sustentabilidade, inovação tecnológica, responsabilidade social e saúde.
A abertura oficial aconteceu na manhã desta quarta-feira (9), com a presença da coordenadora da 3ª Coordenadoria Regional da Educação (CRE), Greicy Weschenfelder. Para ela, a mostra é reflexo de um trabalho coletivo consolidado.
“A pesquisa que é feita para chegar até aqui é fruto de interdisciplinaridade. Os alunos se debruçam sobre um tema durante meses e hoje demonstram uma comunicação muito boa, motivados e protagonistas”, afirma.
A vice-diretora Patrícia Alves Agostini destaca que a proposta deste ano se inspira nos princípios da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada no Brasil, em novembro, em Belém, capital do Pará.
“A sustentabilidade não se refere apenas ao meio ambiente — está no que comemos, no que consumimos, lemos e assistimos. Queremos que os alunos se tornem adultos com protagonismo e responsabilidade”, explica.
Entre os projetos apresentados, estão a produção de tintas ecológicas, hortas verticais, fogões solares, além de reflexões sobre o descarte de lixo, saúde mental e o uso de cigarros eletrônicos entre jovens.
Do 8º ano do Ensino Fundamental, as alunas Izadora Stum, de 13 anos, e Helloyza Pereira Cardoso, 14, abordam o impacto do lixo mal descartado.
“Queremos conscientizar os alunos mais novos sobre como o descarte incorreto contamina o solo e as águas”, diz Izadora.
Já Helloyza se surpreende com os dados: “Só 30% da população recicla corretamente no Brasil. E mesmo assim, muitas vezes o caminhão mistura tudo”.
No Ensino Médio, alunos do 1º ano apresentam um trabalho sobre os riscos dos cigarros eletrônicos. “A ideia surgiu por ser um tema atual e por vermos isso perto de nós”, conta Paulo Cezar Farofa Menezes, de 15 anos.
“As pessoas usam por moda, mas é algo que vicia e prejudica muito a saúde”, alertam as colegas Heloisa Capellari Padilha e Milena Mulinari, também de 15.
Já Monique da Silva Magalhães e Amily Gaby de Souza Rodrigues, de 18 anos, estudantes do 3º ano, pesquisaram sobre saúde mental após as enchentes.
“Todos fomos afetados de alguma forma. A saúde mental foi um assunto pouco falado, mas é fundamental”, afirma Monique.
“A gente aprendeu muito pesquisando e agora pode compartilhar esse conhecimento com outras pessoas”, completa Amily.
A programação da Mociar segue até quinta-feira (10) e conta com a visitação da comunidade escolar e de instituições convidadas. Os trabalhos apresentados poderão concorrer a uma vaga na etapa regional da mostra científica da 3ª CRE, prevista para agosto.
Texto e foto - César Augusto Husak